É importante destacar que, se tratando de Recuperação Estrutural, para cada tipo de situação, existe uma causa.
Por isso, é difícil tratar com um único sistema todos os casos de trincas de fissuras.
Para cada patologia, é necessário uma análise prévia para discorrer sobre as possíveis causas, após esta etapa pode-se especificar o tipo de tratamento adequado.
Para a solução adequada da patologia, é necessário uma verificação global da estrutura.
Em muitos casos, a selagem da fissura ou trinca deve ser contemplada em conjunto com o reforço da estrutura.
Qual a diferença entre fissura e trinca?
Para analisar as patologias deste gênero, é necessário classificá-la quanto à sua abertura, movimentação e geometria.
A NBR 9575/2003 – Impermeabilização – Seleção e Projeto, classifica as trincas, fissuras e microfissuras de acordo com sua abertura.
- Trinca: abertura ocasionada por ruptura de um material ou componente superior a 0,5 mm e inferior a 1 mm.
- Fissura: abertura ocasionada por ruptura de um material ou componente, inferior ou igual a 0,5 mm.
- Microfissura: abertura ocasionada por ruptura de um material ou componente com espessura inferior a 0,05 mm.
FATORES QUE CAUSAM TRINCAS E FISSURA NO CONCRETO
O concreto é o segundo material mais utilizado no Mundo, é composto a partir da mistura de areia, cimento, água e pedra brita e, para alguns casos, aditivos.
O Concreto é um composto altamente robusto, no entanto, é altamente susceptível ao aparecimento de trincas e fissuras.
Veja os 7 maiores fatores que ocasionam essa patologia no concreto
- Cura inadequada
- Excesso de água na mistura
- Obstrução da dilatação e retração do concreto
- Remoção prematura de fôrmas
- Concentração de tensões em bordas e cantos concretados
- Colocação inadequada das armaduras no concreto armado
- Falhas de cálculo contra compressão, puncionamento e cisalhamento
- Recalque de fundações
QUAIS OS RISCOS DE FISSURAS NO CONCRETO?
O maior problema da formação de fissuras no concreto é que, independe de sua abertura ou causa, elas aceleram a degradação do concreto e principalmente do aço, no caso do concreto armado.
Como demonstrado na foto, as fissuras permitem a passagem de fluidos, o que com o tempo, gera a perda de desempenho da estrutura e diminui o prazo de garantia da edificação.
DESVENDANDO OS TERMOS TÉCNICOS: PATOLOGIA, TERAPIA E PROFILAXIA
Assim como na medicina, o processo de diagnóstico, tratamento e prevenção utilizado pela engenharia diante de um problema estrutural, é dividido em três etapas:
Patologia
Detecta sintomas e analisa as origens do problema da edificação.
Terapia
Elimina a patologia da edificação.
Profilaxia
Evita a recorrência da patologia, por meio de medidas preventivas.
ESPECIFICAÇÃO DE TRATAMENTO DE FISSURAS E TRINCAS
Para determinação do tratamento, é necessário primeiro sanar o causador do problema.
Por exemplo, em um caso que a trinca foi originada advinda de um recalque estrutural, primeiro é necessário verificar, por meio de ensaios “in loco”, se a estrutura já se estabilizou ou continua recalcando.
Como a patologia pode ocorrer por meio de inúmeras variáveis ambientais, torna-se arriscado apenas especificar um material de preenchimento da trinca antes de solver o problema.
ESPECIFICAÇÃO DO SISTEMA
Para o preenchimento de trincas e fissuras o material esta diretamente ligado à movimentação da trinca.
Os materiais disponíveis no mercado possuem módulos de elasticidade distintas, por isso, é importante primeiro verificar por meio de ensaios a movimentação desta trinca.
Para trincas com movimentação
O tratamento desta trinca consiste no preenchimento da cavidade com material flexível (que acompanha a movimentação da trinca).
Para este tipo de situação mástiques de poliuretano e veda juntas podem ser utilizados.
Para trincas estabilizadas
Para trincas que já se encontram estabilizadas, o tratamento consiste no preenchimento das cavidades com material rígido.
O material mais utilizado para este tipo de situação é a argamassa estrutural polimérica ou resina epóxi injetável.